A busca por um lar pode ser um desafio, especialmente para os jovens. No entanto, o Programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) surge como uma oportunidade para tornar esse sonho uma realidade. Segundo dados da Caixa Econômica Federal e do Ministério das Cidades, entre 2021 e outubro de 2024, foram realizados 1,63 milhão de contratos de pessoa física no âmbito do MCMV, com um investimento superior a R$ 255 bilhões em todo o Brasil.
Os principais beneficiários do Minha Casa Minha Vida
Um aspecto notável do programa é que 50,2% dos contratos foram destinados a jovens na faixa etária entre 18 e 30 anos. Desse total, 25,5% estavam na subfaixa de 18 a 25 anos, e 24,7% na subfaixa de 26 a 30 anos. Esses números refletem a demanda crescente de jovens por moradia acessível e as oportunidades que o MCMV oferece.
Escolha por imóveis na planta
Conforme os dados, os imóveis na planta são os mais procurados por jovens entre 18 e 30 anos, representando 52,7% das contratações. Essa preferência pode ser atribuída a diversos fatores, como condições de financiamento, subsídios governamentais que reduzem o valor das parcelas e das taxas de juros, além da possibilidade de adquirir um imóvel novo e personalizado.
Entendendo as faixas de renda do Minha Casa Minha Vida
O programa é direcionado a famílias com renda mensal bruta de até R$ 8 mil em áreas urbanas e renda anual bruta de até R$ 96 mil em áreas rurais. As linhas de atendimento variam de acordo com três faixas de renda distintas:
Faixa 1
- Renda: Famílias com renda bruta mensal de até R$ 2.850,00 em áreas urbanas ou renda bruta anual de até R$ 40.000,00 em áreas rurais.
- Atendimento: As famílias nessa faixa que recebem Benefício de Prestação Continuada (BPC) ou participam do Bolsa Família são isentas de prestações, ou seja, têm direito ao imóvel 100% gratuito. Além disso, essas famílias podem ser atendidas com unidades habitacionais subsidiadas e financiadas. A taxa de juros do financiamento é de 4% para as regiões Norte e Nordeste, e de 4,25% para as demais regiões do país.
Faixa 2
- Renda: Famílias com renda bruta mensal de R$ 2.850,01 a R$ 4.700,00 em áreas urbanas ou renda bruta anual de R$ 40.000,01 a R$ 66.600,00 em áreas rurais.
- Atendimento: Nessa faixa, o imóvel pode ser adquirido por meio de financiamento habitacional, com juros variando entre 4,75% e 7% ao ano.
Faixa 3
- Renda: Famílias com renda bruta mensal de R$ 4.700,01 a R$ 8.000,00 em áreas urbanas ou renda bruta anual de R$ 66.600,01 a R$ 96.000,00 em áreas rurais.
- Atendimento: O imóvel pode ser adquirido por meio de financiamento habitacional, com valor de venda de até R$ 270 mil em todo o território nacional. Os juros dessa faixa têm como limite 8,16% ao ano, abaixo do preço de mercado. A cota de financiamento máxima é de 70% para aquisição de imóveis usados nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, e de 50% para as regiões Sul e Sudeste.
É importante ressaltar que benefícios temporários de natureza indenizatória, assistenciais ou previdenciários, como auxílio-doença, auxílio-acidente, seguro-desemprego, Benefício de Prestação Continuada (BPC) e Bolsa Família, não são incluídos nos cálculos de renda bruta familiar.
Como participar do Minha Casa, Minha Vida?
Para participar do MCMV, é necessário seguir diferentes procedimentos, dependendo da faixa de renda em que a família se enquadra.
Faixa 1: unidades habitacionais subsidiadas
Aqueles que se enquadram na Faixa 1 e desejam ter acesso às unidades habitacionais construídas por meio de provisão subsidiada devem se inscrever nos cadastros habitacionais locais, seja do governo do estado ou dos municípios. A seleção dos beneficiários é realizada por essas instâncias, respeitando os critérios estabelecidos.
Financiamento em todas as faixas
Para obter financiamento de imóveis por meio do MCMV, independentemente da faixa de renda, é preciso encontrar um imóvel de interesse que esteja enquadrado nos critérios do programa. Em seguida, é necessário procurar o Banco do Brasil ou a Caixa Econômica Federal, instituições financeiras que operam o programa, para que o financiamento da moradia seja avaliado.
Nesse processo, é realizada a análise de risco de crédito e o enquadramento das famílias para aprovação do financiamento. A Caixa Econômica Federal disponibiliza um “Simulador Habitacional” online, onde é possível informar os dados e obter cenários de financiamento, inclusive por meio do MCMV, caso a família se enquadre em alguma das faixas de renda.
Além disso, algumas imobiliárias auxiliam no processo de financiamento pelo MCMV quando o imóvel em questão está sendo anunciado por elas e se enquadra no programa.
Preparação financeira para adquirir o primeiro imóvel
Independentemente de participar do MCMV ou optar por uma construtora convencional, é preciso se preparar financeiramente para comprar o primeiro imóvel. José Augusto Balotari, assessor da Manchester Investimentos, recomenda dar uma entrada de até 30% do valor do imóvel e ter uma reserva de emergência.
“Acredito que até 30% seja um número confortável para se programar a dar de entrada em seu primeiro imóvel. Além disso, é importante se programar a ter um recurso de reserva para pagar possíveis taxas que possam aparecer ao decorrer do contrato”, afirma Balotari.
Ele também aconselha que o valor das parcelas não comprometa mais de 30% da renda mensal.
Consórcio de imóveis
O consórcio de imóveis surge como uma opção interessante para aqueles que desejam adquirir um imóvel. De acordo com um levantamento realizado pela Mycon, primeira fintech de consórcios do Brasil, 72% das pessoas que possuem um consórcio de imóveis têm entre 24 e 48 anos, sendo 71% homens e 26% mulheres. O consórcio de imóvel representa 43,4% do volume de cotas vendidas até o momento.
Francis Silva, CFO do Mycon, explica como aproveitar essa modalidade, que é um sistema de financiamento coletivo em que um grupo de pessoas se reúne para atingir um objetivo de compra. Os objetivos podem ser a compra de um imóvel novo ou usado, a compra de um terreno, a construção de um imóvel, reforma ou até mesmo o pagamento de um financiamento.