O Programa Bolsa Família, uma iniciativa governamental de transferência de renda, visa auxiliar famílias em situação de vulnerabilidade econômica e social. Criado em 2003, este programa se tornou um dos principais meios de combate à pobreza e à desigualdade no Brasil.
Entendendo o Bolsa Família
O Bolsa Família é um programa de assistência financiado pelo governo federal. Seu objetivo principal é reduzir a pobreza e a desigualdade social, fornecendo apoio financeiro às famílias em situações de vulnerabilidade. Os benefícios são pagos mensalmente, e os beneficiários devem cumprir determinados requisitos para se qualificarem.
Instituído durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o programa consolidou e unificou várias iniciativas de transferência de renda existentes, como o Bolsa Escola, o Auxílio Gás e o Cartão Alimentação.
Quem pode receber o Bolsa Família?
O critério principal para receber o Bolsa Família é ter uma renda mensal familiar per capita de até R$ 218,00. Isso significa que o rendimento total da família, dividido pelo número de membros, não pode exceder esse valor.
As famílias consideradas em situação de extrema pobreza possuem uma renda per capita de até R$ 109,00 por mês, enquanto as famílias pobres têm renda entre R$ 109,01 e R$ 218,00 por mês por pessoa.
Além disso, famílias com gestantes, lactantes, crianças e adolescentes entre 0 e 17 anos também podem se qualificar para receber o benefício.
Para ilustrar melhor, considere uma família em que o responsável pela renda ganha R$ 1.320,00 (salário mínimo) e há sete dependentes residindo na mesma casa. Nesse cenário, a família estaria apta a receber o Bolsa Família, pois o valor dividido entre cada integrante seria R$ 188,57, abaixo do limite de R$ 218,00 por pessoa.
Principais mudanças para o Bolsa Família em 2024
O governo federal espera manter o valor base do Bolsa Família em R$ 600,00 até 2024. No entanto, haverá benefícios adicionais:
- Adicional de R$ 150,00 para crianças menores de 7 anos
- Adicional de R$ 50,00 para cada pessoa entre 7 e 18 anos incompletos, gestantes e bebês de até 7 meses
Outra alteração importante é relacionada à renda familiar. Entre doze ou vinte e quatro meses, a renda poderia superar a linha da pobreza em até duas vezes e meia. Atualmente, a duração é de 24 meses e o salário mensal não pode exceder meio salário mínimo.
Passo a passo para se cadastrar no Bolsa Família
O primeiro passo para se inscrever no Bolsa Família é entender o processo, que começa com o Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal, o CadÚnico.
- Acesse o Cadastro Único (CadÚnico): O CadÚnico é a porta de entrada para o Bolsa Família. Acesso ao site ou aplicativo do CadÚnico é necessário para iniciar o registro.
- Preencha o Pré Cadastro: Após acessar o CadÚnico, o próximo passo é preencher o formulário de pré cadastro. Nele, são coletadas informações detalhadas sobre a composição da família, renda e condições gerais.
- Agende um Atendimento na Sua Cidade: Com o pré cadastro concluído, o próximo passo é agendar um atendimento presencial na prefeitura ou no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) da sua cidade.
- Reúna Todos os Documentos Solicitados: É essencial reunir todos os documentos solicitados para levar no dia do atendimento, como identidade, CPF, comprovante de residência e de renda de todos os membros da família, entre outros.
- Entregue a Documentação em um Posto de Atendimento: No dia marcado, leve todos os documentos ao local escolhido e complete o cadastro. Após isso, a família será avaliada para determinar se ela atende ou não às especificações do programa.
Documentos necessários para o cadastro no Bolsa Família
Para se inscrever no Programa Bolsa Família, você deve apresentar vários documentos importantes. O responsável familiar deve levar:
- Documentos do Solicitante: CPF ou título de eleitor
- Documentos dos Demais Familiares: Certidão de Nascimento, Certidão de Casamento, CPF, Carteira de Identidade (RG), Carteira de Trabalho, Título de Eleitor ou Registro Administrativo de Nascimento Indígena (RANI) – somente se a pessoa for indígena
- Outros Documentos Importantes: Comprovante de residência e de renda de todos os membros da família
Passo a passo para o cadastro presencial
Após reunir todos os documentos necessários, siga estes passos para finalizar o cadastro no Programa Bolsa Família:
- Compareça a um posto da assistência social, prefeitura ou outro órgão público responsável pelo cadastramento em sua cidade.
- Participe de uma entrevista: Um entrevistador social fará perguntas sobre a composição familiar, características do domicílio, despesas, grau de escolaridade dos integrantes, entre outros pontos.
- Assine o formulário: No formulário preenchido ou impresso, o entrevistador solicitará a assinatura do responsável familiar.
- Receba o comprovante de cadastramento: Após a conclusão do processo, você receberá um comprovante de cadastramento.
- Obtenha o NIS: Caso ainda não possua, você receberá o Número de Identificação Social (NIS), essencial para participar de programas sociais.
Como saber se fui aprovado no Bolsa Família?
Depois de completar o cadastro no Programa Bolsa Família, muitas famílias têm dúvidas sobre como verificar se foram aprovadas. O beneficiário pode entrar em contato com vários canais de atendimento disponíveis, incluindo:
- Central de Atendimento 111: para informações gerais e consulta de saldo
- Aplicativo Bolsa Família: disponível para Android e iOS, permite consultar datas de pagamento e valor dos benefícios
- Site do Cadastro Único (CadÚnico): para acessar informações sobre inscrição e atualização cadastral
- Agências da Caixa Econômica Federal: para consultas presenciais e resolução de problemas relacionados ao pagamento
- CRAS (Centro de Referência de Assistência Social): para assistência e informações sobre o cadastro no programa
Regras para manter o Bolsa Família ativo
Uma vez que você se torna beneficiário do programa, é necessário manter alguns compromissos com o Governo Federal para continuar recebendo os pagamentos. Veja quais são esses requisitos:
- Acompanhamento pré-natal, no caso das gestantes
- Cumprimento do calendário nacional de vacinação
- Monitoramento do estado nutricional das crianças menores de 7 anos
- Manutenção de frequência escolar mínima de 60% para crianças de 4 a 5 anos
- Manutenção de frequência escolar mínima de 75% para crianças e adolescentes entre 6 e 18 anos incompletos
- Atualizar o Cadastro Único pelo menos uma vez a cada 24 meses
Atualização dos dados do Cadastro Único
Quando a família se inscreve no Cadastro Único, ela se compromete a atualizar os dados sempre que houver uma mudança nas características da família (morte, nascimento, separação, casamento) ou mudança de domicílio.
Nesse caso, é responsabilidade do próprio cidadão buscar espontaneamente um CRAS ou posto do Cadastro Único para atualizar suas informações. No entanto, o poder público, por meio do governo federal ou municipal, também pode convocar as famílias para realizar a atualização.